Eu já li três livros sobre Segunda Guerra Mundial, mas nem um outro foi tão frio quanto este, nem consigo descrever os sentimentos que tive ao decorrer desta narrativa.
Ele retrata a "vida" no campo de concentração de Treblinka. As fugas, as condições de em que os prisioneiros se encontravam, as tentativas de revolta. O autor, apesar de ser judeu, não poupa comentários angustiantes a respeito de tudo isso como o humor negro dos judeus: Você acredita na vida após o trem?; ou quando ele descreve os métodos nazistas para matar em massa e os parabeniza por sua eficácia. Apesar disso, vi frases muito bonitas no decorrer do livro:
"Ama-se a vida como se ama uma mulher de todo o coração, e com o corpo também."
"...As circunstâncias haviam determinado que um morresse para que o outro pudesse viver." - talvez Harry Potter tirou a ideia daí o.O
"Se um estranho te bate, abaixa a cabeça e ele lhe poupará a vida" - trágico, mas verdadeiro.
Um dos motivos que Jean-François Steiner a este livro foi a revolta que sentiu por saber que seu povo "se deixou exterminar", então ele pesquisou e para sua sorte encontrou a revolta de Treblinka, onde 600 judeus conseguiram escapar.
Apesar do livro ser bastante interessante, não posso esconder que ele é um tanto enrolado e quando estamos no clímax de algum acontecimento, normalmente o capítulo acaba e a história muda de rumo para explicar alguma coisa ou fato que precisamos entender antes da narrativa continuar de onde havia parado.
A pior parte do livro é saber que tudo isso aconteceu de verdade, não podemos nos consolar dizendo: nazistas não existem ou: isso não aconteceu. É incrível pensar que o ser "humano" chegou a esse ponto.
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